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Sergipe

OS CONJUNTOS MUSICAIS DA DÉCADA DE 60/70 E A IMPORTÂNCIA PARA A CULTURA SERGIPANA

Publicada em 25/03/23 às 14:40h - 126 visualizações

Atribuna Cultural/Fundada em 30 de março de 2001.


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OS CONJUNTOS MUSICAIS DA DÉCADA DE 60/70 E A IMPORTÂNCIA PARA A CULTURA SERGIPANA
Dia de baile em Estância pelo Miss Sergipe com os Unidos em Ritmo: Rogério (de gravatinha) e Brasinha (curvado sobre o microfone), ao lado de Barrinhos, Neu Fontes e Gladston e outros  (Foto: Divulgação)

Estância tornou-se berço da cultura sergipana não por acaso. Pioneira na imprensa sergipana, na primeira rádio do interior sergipano, o Complexo Cultural do Bairro Santa Cruz, onde abrigava um clube de futebol pentacampeão do Estado, um cine teatro que apresentou grandes nomes da música brasileira, a exemplo de Orlando Silva e um salão de festas para comemorar eventos do bairro e da cidade.

Corria ali a década de 1950. Os eventos festivos da cidade sempre se sobressaíam como movimento cultural. As bandinhas formadas para tocar nas festas, nos bailes, embelezavam o município de forma tal que Estância crescia e crescia, e se fez a cidade berço da cultura sergipana.

A década de 1960 surgia como um grande marco para a realização  de eventos maiores. Aparecia a Jovem Guarda. Roberto Carlos fazia enorme sucesso com o filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventuras. O ano era 1967. O ano em que Estância ganha sua primeira rádio. A Rádio Esperança de Estância.

Os conjuntos musicais do munícipio tomam forma para dar mais brilhos aos eventos da cidade. Os anos 1960/1970 serão de grande importância para esse segmento, uma vez que dois conjuntos musicais são formados com bastante sucesso na cidade e em todo o Estado de Sergipe: Os Cometas e Orquestra Unidos em Ritmos.

Antes, também com bastante sucesso, porém de vida breve, aparece o conjunto Os Anjos, absorvido por aqueles dois conjuntos. Estância vive a partir dos anos 1970 um marco muito importante na cultura: além dos conjuntos musicais, a rádio e os cinemas da cidade intensificam apresentações de grupos musicais, tanto da cidade quanto os conjuntos de fora.

A Rádio Esperança tem papel preponderante nesse segmento, tendo em vista os discos de sucesso nacional e internacional que começam a tocar e fazer sucesso também na cidade. O que toca no Sul e Sudeste do Brasil, e na capital sergipana, também se torna sucesso na cidade.

A rádio se tornaria uma das principais vias de abastecimento dos conjuntos. Se era sucesso nacional, a rádio tocava. Se tocava, era porque tinha nela os LPs. Se tinha na rádio, o gravador portátil era o melhor instrumento de gravação da música que iria abastecer os conjuntos musicais.

Vale ressaltar e agradecer aos apresentadores dos programas musicais e a direção da rádio a gentileza de sempre em proporcionar esses sucessos aos conjuntos. De um lado, Os cometas tinha um repertório mais popular. E fazia um sucesso tremendo. E não se apresentava somente na cidade de Estância. O sucesso se daria também na capital Aracaju, em todo o interior do Estado, além de cidades dos Estados vizinhos Bahia e Alagoas.

Nomes como Pedro Antônio, in memorian, Jorge Boca de Cantor, Roque, Tibúrcio, Edgar, Roberto Carioca, além do seu grande mentor e saxofonista da banda Gumercindo também já falecido. Eles fizeram enorme sucesso com o grupo e contribuíram e muito para o engrandecimento da cultura estanciana.

Nesse momento, desponta para Sergipe os músicos Oswaldo Gomes - atual Cataluzes -, Rogério - aquele do País do Forró - e Antônio Ritto.

Do outro lado, Pimentel, in memorian, também comandava com bastante sucesso a Orquestra Unidos em Ritmos, que tinha uma espécie de maestro que dava o toque musical da banda, que aliava o popular ao mais requintado gosto musical: Oswaldo Gomes.

O conjunto de sopros da Orquestra era um diferencial a mais. Assim como Os Cometas, a Orquestra também tinha um roteiro de apresentações que ultrapassava os limites do Estado sergipano.

Nomes como Oswaldo Gomes, João José - in memorian - Pinguim, Batera, Luiz Carlos e outros fizeram parte e foram importantes para a história cultural da cidade e do Estado. Aqui despontaram João José e Edmundo Moraes, carinhosamente chamado de Brasinha. Hoje mora em São Paulo.

Assim como destaquei no artigo anterior, Rogério merece um capítulo especial, tanto na música brasileira quanto no forró. Até porque nessa época, tivemos um convívio muito próximo.

As apresentações dos conjuntos se dava na maioria das vezes em clubes existentes na cidade: Associação Atlética Banco do Brasil, associações atléticas, grupos escolares e escolas que pudessem comportar os bailes em questão.

Estância tinha AABB, Cruzeiro Esporte Clube e a Escola Técnica de Comércio. Esses três locais abrigaram por muito tempo as apresentações desses conjuntos. E sempre lotados!

Como registro, as cidades de menores portes que não tinham clubes recreativos, muitos deles eram abrigados em grupos escolares e também nos mercados municipais. E eram também lotados.

E quando os conjuntos eram contratados para tocar fora do município? Nem assim cidade parava. Nesse momento, os conjuntos musicais sergipanos de fora da cidade nos davam o prazer de prover música para que dançássemos ao som deles.

A Orquestra Los Guaranis sempre se destacou no Estado. Estância também sempre foi roteiro de suas apresentações. Outra orquestra que fazia Estância como roteiro era o conjunto Orquestra Cassino Royale, de Tobias Barreto, também de grande sucesso no Estado e além fronteiras.

Como não bater palmas para o “Conjunto R-Som 7”, do querido amigo Roberto Alves? Aliás, a primeira vez que ouvi a música “Artigo 26”, do cantor e compositor Ednardo, foi com o Conjunto R-Som 7. Para mim, nascia ali o colecionador de LP, o vinil, vício que cultivo até os dias de hoje. O disco desta canção do Ednardo? Berro. O ano? 1976. Maravilhoso!

O interior sergipano sempre se destacou nas festas populares. Japaratuba e a Festa das Cabacinhas, e uma que acontecia em quase todas as cidades - “Festival do Chopp”. Outra em especial era a Festa da Laranja, em Boquim.

A Festa da Laranja tinha um toque especial. O conjunto da cidade reinava. De muito sucesso, dançávamos ao som de Os Nômades, de Boquim.

Os Nômades começou na cidade de Itabaiana se movendo para Boquim, depois que o seu baterista assumiu emprego no Banco do Nordeste.

Lá, Oswaldo Gomes tocou contra baixo, tendo formado com o americano John Manoush e o cantor Diógenes, em uma de suas formações.

Em Nossa Senhora das Dores, o Festival do Chopp tinha uma identidade muito especial com o conjunto da cidade: Embalo D de Dores, que comandava a festa. Saía gente de todo o interior para participar dessa grande festa na cidade.

Voltando para os festejos e bailes da Estância, a cidade mergulhava num total frenesi quando se comemorava o aniversário do conjunto musical.

O clube era prontamente arrumado para o festejo e um outro conjunto musical era convidado para tocar ao lado do dono da festa. Grupos como Los Tropicanos, Los Guaranis, Os Vickings, Cassino Royale, Brasa 10.

O Brasa 10 vale um registro especial. Seus cronners eram diferenciados. Não que os outros também não o fossem. Porém, Edidelson Andrade e Lisboa eram um show à parte nas apresentações.

Não à toa, Edidelson alçou vôos mais altos. Tornou-se o principal nome do Trio Irakitan. Hoje, Edidelson canta para os anjos. Já Lisboa, sempre cantou para os Anjos e de quebra para os Arcanjos. Voz de rara beleza. Afinação ímpar. Quem viu, viu. No atual momento da música brasileira, e na atual conjuntura, Edidelson e Lisboa fazem uma falta enorme.

Com relação a Roberto Alves, este ainda nos encanta com a sua voz suave e afinada. Nesse espaço ainda vamos contar o que realmente aconteceu naquele fatídico dia 20 de setembro de 1976. Em detalhes. Antes e depois do acidente.

E olhe que nem falei dos casais que nesses bailes começaram uma relação de amor e que perdura até hoje. Se você é um deles, vai lá nos comentários e deixe seu ok e espera por mais na semana que vem. Ok?


Por Mário Sérgio Félix

Radialista, Jornalista e pesquisador da MPB

JL Política




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