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"PAI" DOS 100 MIL SÓCIOS VOLTA AO INTER PARA DOBRAR NÚMERO E TORNAR CLUBE MAIS DIGITAL DO PAÍS

Jorge Avancini assume como vice-presidente de Marketing seis anos depois de deixar o Colorado e passar pelo Bahia. Foco será em parceiros regionais e no fomento das redes sociais

Publicada em 06/01/21 às 08:46h - 228 visualizações

Tomás Hammes — Porto Alegre


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 (Foto: Gabriel Munhoz)
Seis anos depois de deixar o Inter como criador do plano de sócios-torcedores que fez o clube romper a barreira dos 100 mil associados, Jorge Avancini retorna ao time do coração para nada menos que dobrar este número. Anunciado como vice-presidente de Marketing na gestão de Alessandro Barcellos, ele tem a ambição também de tornar o Colorado o clube "mais digital do Brasil".

Avancini galgou uma história de 15 anos no Inter desde o início dos anos 2000 e gerou ao Colorado receitas com marketing que fizeram-no superar os 100 mil sócios no ano do centenário, em 2009. Com a sensação de dever cumprido, pediu demissão em 2015 para se aventurar no Bahia.

Nos dois anos em que permaneceu na outra ponta do país, o dirigente sentiu de perto a necessidade de aproximar o torcedor de seu cotidiano regional. "Bombou" as redes sociais do Tricolor de Aço e agora traz os mesmos anseios a Porto Alegre.

Em entrevista por telefone ao ge, o vice-presidente de Marketing do Inter discorre sobre a saturação dos planos de sócios-torcedores, busca por parceiros dentro do Rio Grande do Sul, formas de colocar o torcedor "dentro" do estádio e do dia a dia do clube mesmo longe e como criar um novo garoto-propaganda após a saída de D'Alessandro.

Leia trechos da entrevista:

ge - Você esteve no Inter por mais de uma década e saiu no início de 2015. Como é voltar ao clube depois desse tempo?

Jorge Avancini - É uma emoção muito grande ser lembrado pelo Conselho de Gestão, 
contribuir neste caso tão importante. Ainda mais nestes novos tempos. São cinco anos longe, mas acompanhei de perto. Quando podia, ia aos jogos e honrava os compromissos como sócio. Agora com a oportunidade de participar do projeto, fico muito feliz. Remontar o clube todo, fazer eficiente, reduzir a sangria, gerar novos recursos. É legal. Muito a aprender, contribuir.

O que mudou no marketing dos clubes nesse período?

Teve o avanço do digital. Quando saí, as redes sociais eram muito novas. Elas não tinham se consolidado. O próprio torcedor não via a força da rede social. Isso fica muito mais claro no Bahia, que o torcedor é muito ativo nas redes sociais. Usamos muito a nosso favor. Sem muito dinheiro, partimos para esse caminho e hoje o Bahia é referência. Quando cheguei em 2002, o desafio era ter o site e depois o Orkut. Hoje muita gente nem sabe o que é, hoje é streaming.

Como será o trabalho que vocês pretendem implementar no clube?

Principalmente, bato na tecla que os planos de sócios no Brasil chegaram ao limite. Eles foram na maioria inspirados naquele do Inter, que foi o primeiro. É preciso revisar. O do Inter vai fazer 20 anos. Outro desafio grande será atender o público de zero a 20 anos, que nasceu fincado no celular. O da tua geração, do videogame, ainda vê um pouco de TV e o da minha idade, acima de 50 anos, que não nasceu no digital, nem no controle remoto. E nisso os homens e mulheres. O Inter tem mais de 25% de sócias e precisamos crescer. Elas são muito importantes para nós. Precisamos padronizar uma linguagem. Não ser arrogante, mas ensinar a navegar nas redes sociais e tirar proveito disso. O foco será no quadro social para chegar aos 200 mil. E fazer o Inter ser o clube mais digital do Brasil. É preciso de recurso, apoio. Precisamos correr.

Os planos de sócios no Brasil chegaram ao limite. Eles foram na maioria inspirados naquele do Inter, que foi o primeiro. É preciso revisar. O do Inter vai fazer 20 anos"

Você estava à frente do projeto que fez o Inter alcançar a marca dos 100 mil sócios. O presidente Alessandro Barcellos agora quer dobrar esta marca. Como buscar esse número?
Todo presidente é insaciável. E está certo, por isso é presidente. Temos que revisar os planos. O Inter é um clube popular. Precisamos olhar esta massa de torcedores, quem perdeu emprego na pandemia, ou que tem a remuneração menor. Precisamos olhar, com as nossas limitações, capacidade de recurso. Não será um ano fácil para nós. O presidente não soltará muito dinheiro. Vai apertar o cinto. Precisamos buscar parceiros que apoiem, se engajem. Atender todas as classes, dos mais humildes aos mais abastados. Nosso clube foi criado com esse perfil.

Mas como promover o engajamento do sócio, que nesse momento está afastado do estádio?
O digital é fundamental na monetização. Para buscar novas receitas, produtos, que venham ao encontro do torcedor, dando ao sócio a possibilidade de ter conteúdos exclusivos. Coisas que você não encontra na mídia tradicional. Privilegiar o sócio e o torcedor. Eles precisam ser oportunizados. Anunciar a contratação ao sócio em primeira mão. Precisamos devolver o produto. Em 2002, era ganhar a revista e ir ao jogo. Isso foi bom, serviu por muito tempo. Chegamos a 100 mil sócios, abriu a eleição ao sócio. Lançamos o tíquete da temporada, que nada mais é do que ter embutido na mensalidade. O brasileiro só vai atrás dos jogos finais. Oferecer serviço e engajamento.

E como aumentar os recursos com o estádio fechado?

Há várias situações. Precisamos tomar pé dos contratos. Quando vencem, não vencem, condições, etc. Quando eu saí, o patrocinador era uma multinacional. Hoje é outra, um contrato distinto, com uma forma de pagamento diferente. Precisa rever. Fazer um dinheiro novo, eles também têm limite. O Inter goza de ter patrocinadores mais longevos do Brasil, Unimed e Banrisul, de 2002 e 2001. Prestigiar quem sempre esteve com o clube, nos momentos de conquistas e nos mais complicados. E trazer parceiros tradicionais, que por algumas razões nos deixaram. Principalmente parceiros regionais. Os de abrangência nacional focam no Rio e São Paulo. Ou não sobra nada ou pouco para nós fora do eixo RJ-SP. Isso foi algo que aprendi na Bahia. Quando miramos no mercado regional, miramos o mercado do Nordeste e gerou um resultado excelente. Todos querem ter um parceiro internacional, mas aí brigaremos com Flamengo, Corinthians, Palmeiras e a briga é desigual.

Onde as redes sociais entram nisso tudo?

Não tem como conversar com o torcedor mais distante. Levar o Beira-Rio aonde estiver o torcedor. Temos uma limitação. O Beira-Rio tem 50 mil lugares. Não conseguimos colocar todos como gostaríamos. Precisamos levar a quem estiver na Austrália, Nova Zelândia. Precisamos transferir o Beira-Rio, e não só ambiente de jogo, o dia a dia do clube, recebendo informação. Saber em primeira mão e ser muito competente e usar as ferramentas. Primeiro com o intuito de fidelizar o sócio e depois de atrair.

Sem o D’Alessandro, Guerrero será o principal garoto-propaganda do Inter?

O Guerrero é um grande jogador, com visibilidade mundial. O D’Alessandro teve uma história linda. Tem, na verdade. Não foi um adeus, só um até logo. Ele voltará ao clube ainda, em outra função. Mas sempre foi um grande parceiro do clube, como a marca do D’Ale 10. Sempre discutiu conosco novas estratégias, como viabilizar. O Guerrero é um grande nome, mas temos outros também com uma relação bacana com a torcida, com uma ligação já com o clube, como o Lomba, Cuesta, Patrick, Edenílson, Dourado, que é o nosso capitão. Precisamos ver o contrato deles, como foi costurado, para depois sentar e discutir estratégias, o que pensam.



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