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ESTÂNCIA: A RUA DOMINGOS GORDO

A rua Domingos Gordo é logradouro de mais de 150 anos! É Rua da Estância medieval.

Publicada em 25/09/25 às 10:31h - 156 visualizações

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ESTÂNCIA: A RUA DOMINGOS GORDO
Imediações da Rua Domingos Gordo  (Foto: TRIBUNA CULTURAL/DIVULGAÇÃO)

*Acrísio Gonçalves de Oliveira

É uma rua de Estância. Ao fazermos algumas considerações sobre a via estanciana que leva esse nome, podemos descrevê-la como uma rua estreita, com espaço apenas para um carro trafegar. Também, como diria um jornal da década de 1970, não é daquelas ruas “badaladas”. No entanto, é um referencial no engatinhar da imprensa brasileira. Nela se instalariam há 150 anos alguns importantes jornais, como O Artista. No livro Estância Secular (2021), falamos dela. Falamos do tempo em que já era assim chamada. De sua antiga denominação.

A rua Domingos Gordo é logradouro de mais de 150 anos! É Rua da Estância medieval.

Um leitor pode pensar que o “Gordo”, de Domingos Gordo, seria apelido e se tratasse de uma pessoa gorda, obesa, que hoje até nem mais é apropriado. Poderia também pensar que se tratasse de um antigo comerciante popular da cidade, marcante, tipicamente pançudo, que por trás de seu balcão ali se encontrava prontamente a atender seus clientes. Não é bem por aí. Nada a ver. “Gordo” era de fato seu sobrenome.

Por conta dessa denominação já existir na segunda metade do século XIX, nos chamou a atenção justamente por se referir a “Domingos Gordo”, cujo nome completo era Domingos Gordo da Cruz. Por isso, procuramos respostas enquanto vasculhávamos as antigas ruas estancianas para a construção do capítulo sobre elas, o qual passaria a constar no citado livro. No entanto, a abordagem sobre a tal rua carecia de um capítulo à parte e, diante da urgente data para lançar a obra (que precisava coincidir com o 25 de outubro daquele ano, quando se deu, em 1831, a elevação de Estância à categoria de vila), findamos abandonando a empreitada. Porém, no livro não deixamos de nos referir à Rua Domingos Gordo. Lá está.  

Muita gente também pensa que na Cidade Jardim só havia um Domingos Gordo. Aqui provaremos que não. Veremos que haviam dois, mas que viveram em épocas diferentes. Provaremos também que o tal logradouro é uma homenagem ao mais velho. Consta no livro que a Rua Domingos Gordo é dos anos 1870. Então, quem foi o primeiro “Domingos Gordo” que os estancianos homenagearam? Quem foi o segundo? Havia alguma relação parental entre ambos?

O mais velho foi um ex-combatente da Guerra do Paraguai (1864-1870), o conflito em que se envolveram os aliados Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai. Nessa guerra tresloucada, o Brasil teve uma perda em torno de 50 mil vidas.

Domingos Gordo da Cruz fazia parte dos Voluntários da Pátria, que foram formados em sua grande maioria de “pobres ou escravos, lançados à própria sorte pelos senhores de engenho”. De fato, como informa Francisca Carla Santos Ferrer, em sua tese O Recrutamento Militar na Guerra do Paraguai: Voluntariado e Coerção, “a população menos abastada era alvo incansável dos recrutadores”, pois, sem qualquer influência, findava “recaindo sob essa parcela da sociedade a coerção com maior rigor”. Cita diversos exemplos de recrutamento de desassistidos, como o de “um homem ‘surdo’ e ‘idiota’ que não tinha mínima condição física de participar da guerra”.

Não foi possível descobrir a procedência social e racial de Domingos Gordo, nem muito menos quem eram seus pais. Ele fazia parte do 8º Corpo de Voluntários e passou a integrar a 4ª Companhia como 2º cadete. Um jovem. Decerto pobre. Pretenso militar. 

Em 1866, quando fazia parte da tomada de Curuzu (na época, uma região paraguaia em guerra), foi ferido e é possível que isso o tenha retirado do front. No ano seguinte, 1867, por sua distinção naquele combate, foi condecorado como Cavaleiro. Cogitamos que tenha retornado para Estância... (Continua). 

(*) É escritor e pesquisador, professor do Estado e da Rede Pública de Estância

 Foto: Magno de Jesus




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1 comentário


Augusto

25/09/2025 - 12:43:42

Parabéns para a tribuna cultural pela a matéria de grande importância para o conhecimento do povo.


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