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CIENTISTA BRITÂNICO ALERTA PARA RISCOS DE NOVA VARIANTE DO CORONAVÍRUS

Leia a entrevista do professor Lawrence Young ao SBT News

Publicada em 26/01/21 às 08:48h - 315 visualizações

Sérgio Utsch


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CIENTISTA BRITÂNICO ALERTA PARA RISCOS DE NOVA VARIANTE DO CORONAVÍRUS
 (Foto: Divulgação)
Vice-presidente da Academia de Ciências Médicas do Reino Unido, o professor Lawrence Young é um dos cientistas mais respeitados do país por seu trabalho com infecções virais. Não à toa, o atual diretor do Departamento de Pesquisas sobre Câncer da Universidade de Warwick é um dos nomes mais presentes na imprensa britânica para explicar os desafios com o novo coronavírus.

Recentemente, sua experiência se fez ainda mais necessária por conta das últimas mutações do vírus. Ele e muitos cientistas no mundo inteiro ainda esperam estudos mais conclusivos sobre a chamada "variante brasileira", que circula principalmnente no estado do Amazonas, mas já foi detectada em 4 passageiros que chegaram ao Japão, provenientes de Manaus.

O que já se sabe é que a variante brasileira tem algumas semelhanças com a sul-africana, o que pode não ser uma boa notícia. Hoje, a farmacêutica Moderna confirmou que seu imunizante ainda é capaz de conter essa variante, mas com uma eficácia menor.

O professor Lawrence Young conversou hoje com o SBT News, em Londres.

SBT News: Com base nos resultados divulgados hoje pela Moderna sobre a variante sul-africana, o senhor acha que o mesmo poderia acontecer com a variante brasileira?
Lawrence Young: 

Hoje, com o resultado da Moderna e a vacina deles, eles viram uma redução na eficiência dos anticorpos bloqueando a variante sul-africana, acho que é bastante provável que vamos ver algo semelhante com a variante brasileira.

Qual o maior temor do senhor?

Eu acho que uma das maiores preocupações - e já há dois casos confirmados no Brasil - é que seja mais fácil ser reinfectado com essa nova variante. Se você já teve uma infecção, o seu corpo já produziu uma boa resposta imune. Nós sabemos que depois de um tempo essa defesa diminuiu de qualquer maneira, mas não esperamos que seja tão rápido. Os dois casos reportados no Brasil mostram que depois de apenas 100 dias, indivíduos que tinham sido infectados por uma variante, foram reinfectados por essa variante brasileira. Isso é preocupante. Isso quer dizer que nós precisaremos ficar atentos não apenas à resposta imunológica desses indivíduos infectados por essa variante, mas também sobre as implicações para a vacinação no futuro.

Isso sugere que essa variante (brasileira) pode ser resistente às vacinas?

O que sugere, com base em algumas informações que já sabemos sobre a variante sul-africana, é que é possível que as vacinas não deem proteção imune integral. Não sabemos ainda. Mas parece que é uma possibilidade. Portanto, modificações nas vacinas que já estão disponíveis poderão ter que ser feitas pra estimular a resposta imunológica contra a variante brasileira.

O senhor se refere a todas as vacinas ou a alguma em particular?

Um dos questionamentos que temos é que todas as vacinas em desenvolvimento e aquelas que já passaram pelos testes clínicos são baseadas no mesmo código genético do vírus identificado em Wuham. Agora temos todas essas mudanças ocorrendo em várias partes do mundo. Portanto, é possível que tenhamos que pensar em mudanças nas vacinas. Um fator positivo é que a nova tecnologia mRNA, que é usada nos imunizantes da Pfizer/BioNTech e da Moderna, são bem fáceis de mudar. O cientista-chefe da BioNTech disse recentemente que seriam necessárias apenas seis semanas pra fazer uma mudança e ter uma vacina que cobrisse as novas mutações. Então, existe a possibilidade de que nós tenhamos que modificar as vacinas.

No Brasil, a população está sendo vacinada com os imunizantes Coronavac e Oxford. Eles também seriam fáceis de mudar?

Não. A vacina Coranavac é difícil, eu acho. As vacinas com mais engenharia são mais complicadas. As mRNA são mais fáceis porque são do tipo "plug and play". A Aztrazeneca/Oxford é um pouco mais difícil porque é uma vacina viva. Modificiar um adenovírus exige muito trabalho de engenharia, seria um pouco mais complicado.

Haveria o mesmo nível de dificuldade com a Coronavac?

Sim. O mesmo. Ambas poderia ser mudadas. Isso não é um problema. Mas leva tempo. Eu acho que as atuais vacinas serão razoavelmente efetivas depois de algum tempo, mas nós simplesmente não sabemos. Há um grande experimento natural em andamento. Nos países que já começaram a vacinação e estão adiantados, nós sabemos que há algumas variantes presentes, como o Reino Unido e Israel. Em breve teremos condições de ter mais informações sobre o impacto dessas variantes. Na realidade, elas já se espalharam. De certa maneira, é errado que digamos variante sul-africana e variante brasileira porque não sabemos ao certo onde elas surgiram. Assim que você as detecta, elas já se espalharam. Então, os atuais programas de vacinação nos darão mais informações sobre o quão protetoras as atuais vacinas são, mas deveríamos começar a pensar em preparar novas tecnologias e estratégias usando essas variantes.

Professor, uma pergunta muito básica. O que é uma variante?

A maior parte dos vírus não é estável. Quando eles nos infectam, eles mudam, eles se adaptam a nós. Em relação aos coronavírus, eles são muito rápidos pra se espalhar e se replicar. Ele se copia e quando ele faz isso, acidentes podem acontecer. São pequenas mudanças na genética dele, o pedaço do vírus que o diz o que fazer. À medida em que o vírus cresce e produz centenas de milhares de cópias dele mesmo, ocasionalmente uma mutação, uma mudança pode acontecer. A maioria dessas mutações é insignificante, tem efeito zero no vírus, mas algumas vezes, as mutações dão ao vírus uma vantagem. Essa vantagem pode ser torná-lo mais infeccioso ou fazer com que o sistema imunológico tenha mais dificuldade pra  detectá-lo. O que estamos vendo, em tempo real, é a evolução do vírus. Ele está se adaptando ao corpo humano e isso é parte causado pela infecciosidade e pelo sistema imunológico do corpo. Isso muda o vírus. Esse tipo de adaptação não é incomum.

O senhor acha que o Brasil será um grande experimento, levando-se em conta que essa variante está se espalhando por todo o país?

Acho que é muito importante que olhemos para os resultados da vacinação e as várias medidas pra controlar a infecção. Eu sigo dizendo - e é muito importante lembrar isso sempre - que o vírus, por mais que mude, ainda é transmitido da mesma maneira. Então é importante levar em conta todos os fatores que impedem a transmissão: o distancimento social, máscaras, lavar as mãos e se você está em lugares fechados, que sejam ventilados. Tudo isso também vai ajudar a diminuir a infecção com qualquer uma dessas variantes porque elas são transmitidas sempre de uma pessoa pra outra, exatamente da mesma maneira. 



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