O Exército de Israel assumiu, nesta terça-feira (7), o controle da fronteira entre a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e o Egito. A ação ocorre um dia após as tropas ordenarem a evacuação dos 1,5 milhão de civis do local para o lançamento de uma ofensiva terrestre. Segundo o exército, a travessia estava sendo utilizada pelo Hamas.
“As tropas conseguiram estabelecer o controle operacional do lado de Gaza da travessia após informações de que a travessia estava sendo usada para fins terroristas. Isto ocorreu depois que morteiros foram disparados da passagem de Rafah em direção à passagem de Kerem Shalom, que matou quatro soldados israelenses”, disse o exército.
Segundo os militares, a operação é essencial para que o Hamas seja “destruído por completo”, uma vez que a cidade de Rafah abriga as últimas unidades de combate do grupo extremista. O controle da fronteira, no entanto, preocupa organizações internacionais, já que a passagem é uma das únicas utilizadas para a entrega de ajuda humanitária.
“A fome catastrófica enfrentada pelas pessoas, especialmente no norte de Gaza, irá piorar muito se estas rotas de abastecimento forem interrompidas. Nós manteremos a presença em Rafah enquanto for possível e continuaremos a prestar ajuda vital às pessoas”, disse a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA).
A ofensiva em Rafah também foi criticada pelo chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, que disse que Israel ignorou todos os pedidos da comunidade internacional, inclusive dos Estados Unidos, principal aliado do país, para não seguir com o plano. “Receio que isto volte a causar muitas mortes de civis. Não há zonas seguras em Gaza”, frisou.
