Desde a volta do Talibã ao poder, o Brasil se ofereceu para receber afegãos que tentam fugir do regime fundamentalista, mas o excesso de exigências de autoridades brasileiras tem dificultado a emissão do visto humanitário.
A Defensoria Pública da União recebeu denúncias de que embaixadas brasileiras próximas ao Afeganistão estão exigindo comprovante de renda para que o refugiado se mantenha por seis meses no Brasil bancando plano de saúde e aulas de português, algo impossível para a maioria da população do país.
João Chaves, defensor público federal, afirma que "se o Itamaraty seguir exigindo documento, é possível a judicialização para garantir a acolhida" dessas pessoas vindas do Afeganistão por conta da situação no país.
O Itamaraty reconhece que essas recomendações existem, mas diz que não são obrigatórias, sendo aplicadas principalmente para ONGs que patrocinam a viagem de refugiados.
Desde setembro, o governo brasileiro concedeu apenas 30 vistos temporários para acolhida humanitária a afegãos que querem viver no Brasil. Até o momento, nenhum deles conseguiu entrar no país. Outros 400 pedidos estão em análise.
